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Ao sul mais ao Sul de todas as histórias já contadas

Os Sóis da América é uma saga em quatro livros que conta a história de Pelume, um menino que vive ao sul de todos os povos. Buscando uma história mítica de grande importância para a sua gente, Pelume embarca em uma jornada do extremo Sul ao extremo Norte do continente, numa aventura cheia de emoção e magia que vai mexer com a sua maneira de ver o continente americano.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Um pouco de pesadelo em "Seres de Sonho e Pesadelo"

Hoje vamos ficar com uma das minhas assombrações prediletas: Ahó-ahó.  Ele já aparecem em várias histórias minhas, embora sejam justamente, aquelas que eu não pretendo publicar, por várias razões pessoais. Em todo o caso, esse monstro, capaz de habitar o pior pesadelo está aí, na aba "Seres de Sonho e Pesadelo", para que você o conheça um pouco melhor.
Como se alguém precisasse disso, diria Pelume, contrariado.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Feito. Feito?

Bom, agora chegou aquele momento. Você editou seu livro depois de meses de trabalho. O volume ficou como você queria (mas agora você descobriu que gostaria de mudar algumas coisinhas aqui e outras ali, uma vírgula, um parágrafo inteiro. Normal.). Já passou um mês do lançamento e você vendeu vários exemplares.
Missão cumprida!
Você acha? Achou difícil a parte da correção, a correria por causa da capa?
Nada. Agora é que vem o desafio maior: vender e edição.
Porque, como nada se faz sozinho neste mundo, você precisa de ajuda para vender o seu livro. Bons amigos, que vão levar seu livro e colocá-lo na mão de outras pessoas que, por sua vez, irão se interessar pela obra, são fundamentais.
Se você tem boas relações com as livrarias (e geralmente escritor tem boa relação com livrarias, por ser um leitor contumaz), ótimo! Muitas delas trabalham com obras em consignação e você só vai ter de negociar a porcentagem para a loja. Por outro lado, seja prudente. Embora você esteja convencido de que o seu livro é o melhor do mundo, não assuste o gerente da loja querendo deixar cinquenta volumes no estoque dele. Lojas tem espaço limitado para o estoque e eles tem outras obras para guardar. Deixe uns cinco exemplares para a comercialização, no máximo. Mais do que isso, é pedir para o pessoal não aceitar seu trabalho da próxima vez que você for lá. E não se fie de que a loja vai ligar quando vender tudo. Faça uma visitinha rotineira (mas não seja chato, hein? Mais que uma vez ao mês, para verificar o andamento da coisa toda, é demais, a menos que você esteja vendendo como um best-seller. Mas não se preocupe: se você vender como um best-seller, aí a loja vai, realmente, se interessar em ligar para você.).
E outra ajuda fundamental - mas de acesso muito restrito e complicado - é o do distribuidor. Um distribuidor vai ter um alcance maior do que o seu. Ele trabalha com isso, tem contatos profissionais em outras livrarias. E se o seu objetivo é fazer com que o livro circule numa área maior, um distribuidor é um ótimo caminho.
O problema é que nem todos estão dispostos a trabalhar com edições independentes, por muitas razões. Talvez o mais complicado, seja o fato de que as edições independentes são, no mais das vezes, amadoras. Às vezes não tem, sequer, ISBN. Nota fiscal, então, nem pensar.
Isso fecha, ainda mais, as portas para o livro independente. O que você precisa é não esmorecer, e sempre que tiver oportunidade, em uma conversa com um profissional da área, comente que seu livro tem todos os requisitos. Se você puder passar nota fiscal para o livro, melhor ainda.
E mantenha seus miolos aquecidos. Dê voltas aos velhos métodos de venda. E aos novos. Quem sabe, uma hora dessas, você não encontra a grande ideia que faltava?

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Um pedaço de capítulo para vocês!

Para você que está acompanhando o blogue Os sóis da América, mas ainda está na dúvida de se compra o livro ou não (afinal, é mais uma série...), fica aqui um pedacinho da história para degustação. Se ficar curioso e interessado, e resolver adquirir o livro, vá até a Livraria da Porteira da Fantasia (clique aqui) e deslize até o final da lista. Você pode adquirir o livro através do sistema Pagseguro e ainda por cima, seu volume chega autografado!

   “Súbito, ele gelou de susto.

    Era o invunche!

   A criatura saltou para Pelume com um grunhido, as garras esticadas na direção de seu pescoço. Felizmente a terceira perna do arauto tropeçou no barco e o monstro caiu longe do menino, que agarrou o Nalladigua, pronto a usá-lo para se defender. No último momento, entretanto, titubeou. O invunche era medonho, mas bastou olhar seus olhos para Pelume compreender que ele um dia fora humano. Em seu coração acendeu-se uma chama de piedade. Foi Misqui quem saltou sobre a criatura e a jogou na água. De qualquer forma, era tarde: tinham sido descobertos!

   De algum lugar trás deles, ouviram aquele assobio maldito e medonho que tanto medo lhes havia causado no Pampa aberto. Os itinga relincharam horrorizados e, por um instante, cada um quis correr em uma direção. O grupo se deteve. O machí surgiu, montando aquela coisa que comandava, velha, horrenda, viscosa. O piguchén avançou. Tinha umas asas disformes como que de morcego, que ajudavam a prolongar seu salto. Com um golpe da garra afiada, o monstro destroçou os arreios de um dos itinga que puxava o barco da frente e cortou o pescoço do nobre animal, que caiu com um relincho de agonia.

   Saídos do susto, Abapera e Nhanderiquei se moveram em direção ao piguchén. A flecha do índio zuniu certeira, dourada, e cravou-se perto do olho saltado da criatura, que ganiu, surpresa. O machí atacou. O feiticeiro movia-se de maneira extravagante e sussurrava, sibilando sem parar. Quando menos esperava, Pelume sentiu uma ardência no braço esquerdo. Olhou, surpreso: um vergão desenhava-se ali, como se tivesse levado uma chicotada. Esse era um dos piores poderes do machí: ferir seu inimigo à distância!

   O cavalo da canoa da frente, que agora estava sozinho, tentava escapar rumo ao centro do rio, mas as águas agitadas pelo poder do feiticeiro ameaçavam tragá-lo. Ele sobreviveria à súbita fúria das águas, com certeza, mas Nimbó não. Por isso, Nhanderiquei saltou sobre o animal, arrebentou as rédeas de couro com as mãos e empunhou seu arco e flecha.

   – Pule para o barco de Abapera! – ordenou o primogênito com voz possante para o guarani. Quando o barco, arrastado pela corrente, passou perto de Pelume e Misqui, o garoto saltou para ele sem hesitar. A canoa, cheia de gente, oscilou perigosamente, ameaçou adernar, depois endireitou-se, mas estava tão carregada que as ondas entravam facilmente pela proa. Abapera fez a única coisa que lhe restava fazer. Atirou as rédeas dos itinga nas mãos de Nimbó, passou a mão na cabeça de Pelume e saltou para as macegas da margem.

   – Vão embora! Para o norte! Agora! – ordenou, impedindo uma investida mais ousada do piguchén e do machí, cuja face, horrenda, desfigurada pelo corte do anzol de Pelume, rosnava encantamentos. O golpe da lança do gaúcho resvalou no pelo curto que cobria o bicho monstruoso e a criatura voltou-se para ele arreganhando os dentes. Com uma bocada estraçalhou a lança e Abapera ficou apenas com um facão para defender-se. Nhanderiquei tentou acertar o machí pelo outro lado, mas neste momento uma sombra saltou sobre ele. Era o invunche!

   – Seu aprendiz de feiticeiro! Passe-me o corno dourado! – vociferou o machí, saltando do dorso do piguchén e correndo na direção do barco de Pelume.

  – Não tenho nada que você possa querer! – gritou o menino. No salto seguinte, o machí estava dentro do barco. Um gesto seu e a água cresceu feito enchente.

   – Não voltarei a pedir! – berrou o bruxo e um arranhão ainda mais profundo cortou o peito do menino. Pelume cruzou o Nalladigua diante de si, sem pensar, e a madeira frágil de alguma maneira funcionou como escudo. O arranhão deteve-se pela metade e o homem grunhiu. Neste momento, uma onda maior bateu contra o barco e arremessou Pelume aos pés de Nimbó, que deu rédea aos cavalos. O tranco do barco fez com que o machí se desequilibrasse e caísse no rio revolto. O feiticeiro ainda conseguiu agarrar a ponta do Nalladigua, na queda, e por pouco não o levou consigo, mas Pelume o puxou do outro lado, com força. Então as águas embranqueceram de súbito e o corpo do machí foi jogado contra o piguchén, que continuava enfrentando Abapera junto ao rio. Nimbó não esperou para ver o que ia acontecer: gritou para os itinga e ganhou a corrente do rio rumo ao norte, mergulhando no anoitecer.

   Tinham conseguido avançar até uma curva e a noite crescente ocultava-lhes o local do embate. Inesperadamente o céu tingiu-se como o alvorecer, e por um instante pareceu que o Sol se acendera em pleno campo. Ouviram uma grande explosão e um grito

   – O que foi isso? O que aconteceu? – perguntou Misqui, temerosa.

   – Vamos voltar! Pode ser Nhanderiquei! Pode estar pedindo ajuda! – gritou Pelume.

   Nimbó freou os itinga com força. Olhou para trás a tempo de ver a luz dourada se apagar.

   – Ayú! Era Nhanderiquei! – gemeu o guarani.

   Quis voltar. Chegou a dar a volta. Mas se deteve. Um assobio frio e perverso varreu o campo seguido de um silêncio de morte.”

O Nalladigua - Os Sóis da América - vol.1 - Simone Saueressig 


sexta-feira, 17 de maio de 2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Você já curtiu?

Você já curtiu a página de Os Sóis da América no FaceBook? Não deixe de conferir. Há várias imagens lindas que remontam às aventuras e Pelume (as que já estão publicadas, e as que estão por vir). Confira e curta: www.facebook.com/soisdaamerica.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A primeira resenha


Aí, pessoal! Georgiana Calimeris, de Brasília, leu e resenhou O Nalladigua. Aliás, eu estive acompanhando a leitura dela com seu filho, através de uma troca de mensagens pelo Facebook e foi bastante emocionante - emoção que a gente pode sentir nas linhas que ela escreveu sobre a obra. Confira! 

"Os sóis da América, da autora gaúcha Simone Saueressig, que começou a carreira literária em 1987 com o livro O mistério do formigueiro, está em lançamento. O primeiro volume está nas livrarias e é um livro mágico como o próprio nome sugere: O Nalladigua, um bastão mágico, que carrega uma vida de histórias incríveis e fantásticas. Simone resgata com sabedoria lendas do folclore brasileiro como jamais visto antes. O livro é encantado. A personagem principal, em vários momentos, lembra-me um grande personagem do livro História sem fim: o bravo e destemido guerreiro Atraiú.
Em sua busca pela história do sol para seu povo, o jovem Pelume enfrenta adversidades e conhece mundos maravilhosos e personagens nunca antes vistos com tanta poesia. Simone consegue também nos levar aos encantos de Tolkien e uma pitada de J.R.R. Martin por trazer um ponto de realidade para o livro: as personagens morrem e se despedem de amigos queridos tal qual é na vida. O livro é uma metáfora para nossas próprias vidas, é o nosso caminho, da infância à idade adulta. Ainda não pude ler os volumes seguintes, mas, aguardo ansiosa por isso.
É também um belo resgate da cultura nacional, uma vez que a língua tupi-guarani está presente em todo o livro. As palavras são de difícil pronunciação, é um verdadeiro trava-línguas, no entanto, é gostoso saber que existe tanta alegoria mágica em nossa Pátria, que temos nossos próprios deuses e uma história que merece ser contada e explorada por todos nós. É o caminho do herói do bravo guerreiro que somos todos nós, brasileiros. É uma aventura que nos remonta aos nossos sonhos infantis, é um livro que emociona, traz lágrimas e risos, principalmente, se lido em voz alta. Fazia muito tempo que um livro deste tipo não me vinha às mãos e eu me perguntava: onde estariam os grandes autores deste mundo para ser contra-ponto para literaturas inócuas como Crepúsculo e 50 tons de cinza?
A resposta me veio com o volume 1 de Os sóis da América, aconselhado para todas as idades porque todos os dias levantamos como Pelume e repousamos após uma longa jornada.

Georgiana Calimeris
é jornalista de Brasília e escreve para a revista Ticket44"

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Alô Taquara e arredores!

Se você mora em Taquara, ou nas cidades do seu entorno, e quiser adquirir o seu O Nalladigua, o livro estará à venda, junto com outros da minha autoria, na livraria O Ponto do Livro, localizada no compus da Faccat. Mas, atenção: os livros ficarão lá somente até o dia 16 (próxima quinta-feira), quando participarei de mais uma sessão do projeto Ler. Na ocasião, se você quiser (e seus horários permitirem), você pode aparecer por lá para pegar o seu autógrafo.


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Estrela matutina

Hoje, no "Seres de sonho e pesadelo", uma personagem muito especial: Mbyja'Ko'e, a estrela matutina. Dê uma conferida!